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20 de Novembro, 1968. Boa Noite para você também, Naja. Estive hoje no Centro Politécnico na UFPR... Foi uma situação lamentável para dizer o mínimo, não vou colocar aqui em detalhes, pois... Bem, essa carta pode ser interceptada e eu não quero correr o risco de acabar como meus demais companheiros. Mas não estamos aqui para lamentar o de sempre, mas para negócios, então, eis aqui suas informações: Localizei um homem lá atrás da cavalaria, perto das árvores, era alto, caucasiano e estava usando um daqueles ternos bem chiques. Tinha uma tatuagem no pescoço do lado direito (Dessas que vocês
usam, sabe?), mas infelizmente não conseguirei te informar qual era o desenho, estava muito longe. O que me faz ter tanta certeza que era um de vocês, você deve estar se perguntando... Além daqueles olhos assustadores e quase anormais dele, ele estava segurando um guarda-chuva enquanto toda a merda acontecia na escadaria do Politécnico. Ele assistia todos como se fossem meras crianças se digladiando por motivos idiotas... Vocês costumam ter esses olhares superiores quando se tratam de nós, não? Não havia mais ninguém com ele, mas havia uma coisa que me chamou a atenção: Havia uma pichação na entrada, um símbolo
anárquico invertido. Atenciosamente; Lobo
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